A cultura da soja sofre riscos fitossanitários constantes, como competição de plantas daninhas e ataque de pragas e doenças. Os insetos têm se destacado como um desafio para aumento na produção de grãos, entre as pragas destaca-se a ocorrência de ácaros o qual tem causado danos à cultura, necessitando uso do controle químico.

Os ácaros são considerados pragas secundárias da cultura, porém surtos populacionais destes têm sido frequentemente relatados em diferentes regiões produtoras. A maioria das espécies de fitófagos que infestam a cultura da soja pertence à família Tetranychidae, sendo na nossa região mais comum o ácaro-rajado, o ácaro vermelho e o ácaro branco, entre as espécies mais freqüentes, porém os parâmetros biológicos destas espécies indicam que o ácaro-rajado tem maior potencial biótico.

A disseminação do ácaro ocorre pelo vento, sendo em condições adversas de alimentação e de ambiente, os ácaros se penduram por fios de teia e são levados pelas correntes de ar até outras plantas hospedeiras. As populações de ácaros se desenvolvem na soja sob condições de seca ou estiagens prolongadas e em períodos de temperatura elevada. O ataque inicia nas bordas de lavouras, nas plantas sob a sombra ou em manchas, sobre plantas estressadas.

Os ácaros causam danos perfurando as células e se alimentando do líquido extravasado, nas bordas das nervuras da face inferior dos folíolos das plantas de soja. Inicialmente o ataque resulta na coloração esbranquiçada ou prateada dos folíolos, passando para a coloração amarelada e, posteriormente, apresentam a cor marrom.

Populações elevadas podem causar a queda prematura das folhas e perdas acentuadas na produção. Em geral o dano de ácaro se confunde com o estresse hídrico. Chuvas intensas e períodos prolongados com teores elevados de umidade relativa do ar resultando na redução natural da população de ácaros, devido á diminuição da taxa reprodutiva das fêmeas dos ácaros.

A supressão da população ocorre pelo efeito de fungos e de outros agentes de controle biológico. Nesse sentido, a aplicação sucessiva de inseticidas piretróides pode resultar na dispersão de ácaros, na morte de inimigos naturais e na explosão de populações da praga. Para o controle usam-se acaricidas específicos, com ação sobre ácaros, sendo esses eficientes na redução das populações, mas a presença de ovos que dão origem a formas jovens da praga, na qual podem resultar na reinfestação, alguns dias depois da aplicação de acaricidas e do controle de adultos e de ninfas.

                                                                   Denilso J. Mombelli, Detec, Coagril.