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Perdas gestacionais em gado de leite

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Perdas gestacionais causam um grande impacto financeiro nas propriedades leiteiras. Porém, a preocupação é, geralmente, com o número de animais que são inicialmente diagnosticados como gestantes mas que não levam a gestação à termo. Na verdade, o problema vai além disso, pois muitos animais apresentam perdas antes mesmo do primeiro diagnóstico de gestação.

É preciso lembrar que a gestação se inicia no momento da fecundação que ocorre em geral no dia seguinte à inseminação e a partir desse momento as perdas gestacionais podem ocorrer até o momento do parto. As perdas ocorridas da concepção até aproximadamente 45 dias são chamadas de perdas embrionárias, após 45 dias são consideradas perdas fetais.

As perdas entre 28 e 60 dias também são significativas e oscilam muito de propriedade para propriedade. Porém, resultados publicados mostram uma taxa de 12% de perdas nesse período em um estudo com mais de 20.000 prenhezes de vacas de alta produção. As perdas ocorridas no terceiro mês de gestação já caem drasticamente para ao redor dos 2%.

Outro ponto interessante é o fato de que animais com mastite apresentam uma maior perda de gestações. Estudos mostram que vacas com mastite clínica dentro dos primeiros 45 dias de lactação apresentam 2,7 vezes mais probabilidade de ter perdas gestacionais nos 90 dias seguintes do que as vacas sem mastite clínica.

As perdas gestacionais também podem ser causadas por enfermidades parasitárias ou infecciosas, sendo as principais:

Neosporose: Enfermidade causada pelo protozoário Neospora Caninum pode causar abortos entre o 3° e o 9° mês da gestação bem como infecções neonatais. Propriedades com animais soroprositivos podem apresentar altas taxas de aborto de forma constante ou em surtos. Geralmente, o aborto não é acompanhado de retenção de placenta.

Brucelose: A bactéria Brucella Abortus é responsável pela brucelose em bovinos e afeta os placentomas levando a perda da gestação. Geralmente ocorre na segunda metade da gestação e causa retenção de placenta e metrite e, ocasionalmente esterilidade permanente. A transmissão da bactéria ocorre por contato com fetos abortados, placentas infectadas e descargas uterinas em animais infectados. É importante se considerar que após um ou dois abortos a vaca pode apresentar-se assintomática e continuar a excretar as bactérias, contaminando o ambiente e facilitando a infecção de novilhas.

BVD: Causada pelo vírus da Diarreia Viral Bovina, a doença promove uma série de manifestações clínicas, entre elas a infecção fetal em fêmeas prenhes. As consequências da infecção transplacentária depende da fase em que esta ocorre e pode resultar em morte embrionária, aborto, mumificação fetal, natimortos, nascimento de bezerros fracos e inviáveis que morrem em seguida ou apresentam crescimento   retardado, ou nascimento de animais persistentemente infectados.

IBR: A rinotraqueíte infecciosa bovina é causada pelo Herpesvírus Bovino tipo 1 e, além da enfermidade respiratória, pode promover outras manifestações clínicas, entre elas, vulvovaginite, infecção sistêmica neonatal e abortos. O aborto pode ocorrer em qualquer período da gestação, principalmente no terço final, frequentemente ocorrendo retenção de placenta. Quando os bezerros sobrevivem a infecção no final da gestação, ou adquirem a infecção durante ou pós parto, podem apresentam a variação sistêmica da doença, sendo esta invariavelmente fatal.

Leptospirose: Enfermidade causada pela bactéria Leptospira spp. Considerada uma frequente causa de abortos, além de infertilidade, subfertilidade, natimortalidade e nascimento de bezerros fracos. A retenção de placenta pode ocorrer dependendo do soro envolvido. Uma característica importante da doença à ser considerada pelo produtor é o fato de que bovinos infectados eliminam o agente na urina por um período de tempo variável que pode chegar a mais de um ano, contribuindo para a contaminação do solo e água e facilitando a disseminação da bactéria no rebanho. As bactérias também são eliminadas por descargas uterinas após o aborto e podem persistir no útero de vacas não gestantes por até 97 dias e 142 dias em vacas gestantes.

Devido à característica multifatorial e ao impacto financeiro das perdas gestacionais, é muito importante que os produtores e profissionais da área estejam sempre monitorando esse importante índice reprodutivo. O correto planejamento sanitário e reprodutivo irá reduzir e muito a probabilidade deste ser mais um problema na sua propriedade.

Jonas Sturmer - Técnico em Agropecuária. DEPEC - COAGRIL

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