Problemas de casco são importantes do ponto de vista de bem estar animal em fazendas leiteiras. Infelizmente ainda temos muito para aprender em relação às causas de problemas de casco como: úlcera de sola, hemorragia de sola e doença da linha branca. Pesquisas realizadas com cavalos sobre laminite têm sido utilizadas para responder algumas questões de problemas de casco em vacas leiteiras, sem levar em consideração diferenças anatômicas e fisiológicas entre cavalos e vacas.

Condições de instalações ruins certamente aumentam o risco de problemas de casco. O sistema suspensório da vaca é menos desenvolvido do que o sistema de um equino. Portanto o coxim digital de uma vaca recebe mais peso do que o coxim de um cavalo. O coxim digital é feito basicamente de gordura, é localizado abaixo da falange distal e é importante para diminuir a pressão no casco. É a parte que absorve o impacto de cada passo da vaca.

A espessura do coxim e ECC diminuí do parto até o quarto mês de lactação, quando alcançam o menor valor. Sabendo que vacas mobilizam gordura de múltiplo locais do corpo no início da lactação, é provável que também haja mobilização de gordura do coxim.

Vacas com problemas de casco não diminuem o tempo de alimentação em todas as situações. Somente vacas com problemas mais severos diminuem o consumo de matéria seca (CMS). Algumas vacas com problemas de casco até mesmo aumentam a taxa de alimentação.

O desafio é balancear a perda de ECC no início da lactação para suportar uma boa produção de leite e saúde, minimizando o risco de problemas de casco. Entretanto, esta claro que o manejo do ECC durante o período de transição e início de lactação é de extrema importância para o bem estar animal.

Méd. Vet. Giovani Menegon - DEPEC- COAGRIL