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MANEJO DE PLANTAS DANINHAS
Informativo
Os métodos culturais de manejo de plantas daninhas baseiam-se em técnicas que visam aproveitar as interações entre as invasoras e a cultura, de maneira que as condições sejam favoráveis à cultura de trigo e desfavoráveis às plantas daninhas. As características de competitividade de trigo e a rotação de culturas são duas importantes práticas culturais. A competição cultural consiste em dar condições para que a cultura se estabeleça, com desenvolvimento rápido e vigoroso, assim competindo eficientemente por água, luz e nutrientes. Vários fatores contribuem para isso, entre os quais a semeadura sem a presença de plantas daninhas, a adubação correta, o uso de sementes de qualidade e de cultivares adaptadas, além da densidade, da época e da profundidade de semeadura dentro dos níveis ótimos à cultivar utilizada. Além de favorecer o manejo de plantas daninhas, estes fatores contribuem para obter elevada produtividade de trigo.
A redução da população de plantas daninhas pode ser obtida através da variação da época de implantação da cultura, atrasando-se a semeadura. Assim, uma elevada proporção de plantas daninhas germina, sendo manejada antes da semeadura de trigo, reduzindo a infestação durante o ciclo da cultura. É importante lembrar, contudo, que a semeadura fora da época indicada pode reduzir o potencial produtivo de trigo, principalmente nas regiões e locais sujeitos à ocorrência de geada na fase de floração da cultura.
A infestação de plantas daninhas pode ser manejada mais facilmente, ou mesmo reduzida quando é adotado um sistema de rotação de culturas na lavoura. Isso diversifica o ambiente agrícola e favorece o manejo de plantas daninhas. Com a rotação de culturas ocorrem espécies de diferentes ciclos, nas quais podem ser utilizadas vários tipos de manejo, como épocas de semeadura, práticas culturais e até diferentes tipos de herbicidas. Em áreas com elevada infestação e banco de sementes de azevém e de aveia preta, que apresentam características morfológicas e biológicas semelhantes à de trigo, a implantação de dicotiledôneas como ervilhaca ou nabo forrageiro, possibilita a utilização de herbicidas seletivos pré ou pós-emergentes para o controle das espécies gramíneas.
A rotação de culturas pode contribuir na redução da infestação de aveia e azevém em trigo de duas formas principais: as culturas de cobertura geralmente ocupam de forma mais uniforme o solo do que o trigo, e não permitem o desenvolvimento vigoroso de plantas daninhas, reduzindo seu vigor e a produção de sementes. Além disso, quando as plantas de cobertura de inverno são dessecadas ou manejadas para a implantação de culturas de verão, pode-se realizar essa operação antes da formação de sementes de aveia ou azevém, diminuindo o potencial de infestação dessas plantas daninhas.
Luciano Colognese – Estagiário em técnico em Agropecuaria.